O casal Cristina e Humberto Alagia, do voluntariado do
Amor-Exigente de Santa Maria, achou significativo o texto abaixo porque entende
que amar não é concordar com tudo ou mesmo ser condescendente com desvios de
conduta do outro. Quem ama também exige.
“PARCEIRO QUE BEBE, SE DROGA OU É VIOLENTO PRECISA DE
AJUDA, NÃO DE COLO.
Muitos dos que se relacionam com pessoas assim acabam
abandonando a própria vida para se dedicar à cara-metade problemática. Na
verdade, eles gostam de ser indispensáveis e se tornam codependentes na relação
doentia, contribuindo para perpetuá-la. Para sair do círculo vicioso precisam
reconhecer que o problema existe, mudar de atitude e procurar assistência
especializada.
Leitores desta coluna já me escreveram dizendo que, por
mais que queiram, não conseguem se separar de um parceiro violento, que usa
álcool, drogas, joga de maneira compulsiva ou tem outros transtornos de
personalidade. Esse problema tão comum
tem um nome: codependência.
Pode envolver irmãos, pais, filhos, mas é mais comum
entre marido e mulher. Apesar de saber
que o comportamento do outro afeta sua vida e até sua saúde, a pessoa é incapaz
de impor limites e aceita permanecer por perto, encarando tal destino como urna
missão ou urna obrigação.
Em um casal, o codependente vive em função do
companheiro. Por se sentir responsável por ele, sua função na vida passa a ser
cuidar e satisfazer os seus desejos.
Esse comportamento vai deixando o outro cada vez mais dependente e
irresponsável, incapaz de fazer qualquer coisa sozinho, tornando-se, no limite,
um parasita controlador.
Há quem deixe isso acontecer simplesmente porque sente
prazer em saber que alguém precisa de sua aluda para tudo. Outros apenas querem
evitar que o parceiro fique nervoso, buscam ter paz dentro de casa. Passadas as
crises, fingem que nada aconteceu, negam o problema e agradam ainda mais a
pessoa problemática, levando-a para passear, comprando-lhe presentes, deixando
suas próprias atividades de lado para fazer-lhe companhia. Isso, porém, só faz estimular a reincidência
no comportamento indesejado, que vira urna chantagem emocional para controlar o
parceiro.
Agindo dessa forma, o codependenre não só ajuda o outro a
piorar, como torna-se autodestrutivo e restringe a própria vida. Deixa de
conviver com a família e com os amigos e quase não sai de casa, pois nunca se
sente tranquilo. E assim que começa a desenvolver problemas físicos como dores
de cabeça, gastrite e até depressão.
Como resolver essa situação? Em primeiro lugar, não negando
o problema e percebendo que ambos estão doentes, que se um tem um transtorno de
com comportamento o outro acabou se viciando em ser insubstituível, o que
também faz mal aos dois. Em segundo lugar, parando de
ceder às chantagens, cobrando a mudança (seja ela parar de beber, de usar
drogas, de jogar, seja deixar de ser violento ou abandonar qualquer outro
comportamento inconveniente). Para isso, é preciso aprender a dizer, quando a
crise passar, algo assim. “Sei que você está doente e que é difícil mudar, mas
eu não vou aturar isso. Precisamos que vá procurar ajuda e se tratar, pois de
outra forma teremos de nos separar.
Estou aqui para ajudar, mas não conte comigo para fingir que o problema
não existe”.
No início, ele ou ela não vai levar a sério, mas se na
primeira crise não houver ninguém na retaguarda, com medo de suas reações, verá
que algo mudou e acabará aceitando que tem um problema, procurando ajuda. Como
o codependente também precisa de tratamento, a terapia de casal pode ser de
grande valia numa situação assim. Existem também grupos de apoio para
codependentes, corno existem para dependentes de álcool e drogas.
Engana-se quem pensa que está provando seu amor ao se
dedicar incondicionalmente a quem tem problemas como os que citamos aqui. Isso
não é amor. Quem ama ajuda o outro a ser independente, a ter vida própria e a
procurar tratamento quando necessário.”
Por que a Espiritualidade é importante: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/economia/empregos-e-carreiras/noticia/2014/03/espiritualidade-chega-as-organizacoes-4446528.html
As mulheres muitas vezes na ânsia de ajudar um dependente de drogas,acabam ajudando a manter o vício. É isto aí, precisamos de atitude. Exigir que faça tratamento e mude os velhos hábitos.
ResponderExcluirMuito bom este texto.
ResponderExcluirIsto é real,companheiro é para acrescentar e não nos destruir.
ResponderExcluirBom, muito bom.
ResponderExcluirAjudar um dependente é encaminha-lo para tratamento.
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