domingo, 24 de agosto de 2014

USO DE DROGAS E O MEDO DA APROXIMAÇÃO AFETIVA




Gentileza: Dora Motta Vedoin -  Serenidade, do AE de Cachoeira do Sul



Em relação aos usuários de droga, pesquisadores afirmam que eles escondem um grande temor à vivência da ternura e do afeto e demonstram medo do contato íntimo, o que os leva a buscar na exaltação sensorial das drogas a intensidade que não conseguem tirar do seu contato cotidiano com os outros. Em sua experiência, como diretor de um centro de tratamento para fármaco-dependentes, Luis Carlos Restrepo constatou que o momento mais perigoso para a recaída é justamente aquele em que aparece uma aproximação afetiva. Esta aproximação com a intimidade dispara no adicto a ansiedade de pelo consumo da droga, comportamento que acaba por destruir a relação afetiva que havia iniciado. Segundo o investigador, não é apressado afirmar que a dependência química é um fenômeno inversamente proporcional à capacidade de dar e receber ternura, de viver na intimidade e de construir laços amorosos e afetivos com os outros. Agora vem a pergunta: que vínculos afetivos e amorosos não se fortaleceram, ou se romperam, na infância, na adolescência e mesmo na idade adulta dessas pessoas para que elas viessem a usar drogas como uma espécie de busca compensatória? Nesta linha de raciocínio, o uso de drogas está associado à experiência do desamor, do amor não recebido, do amor negado, da autoimolação.

Texto extraído do Jornal O SOLIDÁRIO

Ano XIX, edição nº 660, junho de 2014

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