Gentileza: Dora Motta Vedoin - Serenidade, do AE de Cachoeira do Sul
Em relação aos
usuários de droga, pesquisadores afirmam que eles escondem um grande temor à
vivência da ternura e do afeto e demonstram medo do contato íntimo, o que os
leva a buscar na exaltação sensorial das drogas a intensidade que não conseguem
tirar do seu contato cotidiano com os outros. Em sua experiência, como diretor
de um centro de tratamento para fármaco-dependentes, Luis Carlos Restrepo
constatou que o momento mais perigoso para a recaída é justamente aquele em que
aparece uma aproximação afetiva. Esta aproximação com a intimidade dispara no
adicto a ansiedade de pelo consumo da droga, comportamento que acaba por
destruir a relação afetiva que havia iniciado. Segundo o investigador, não é
apressado afirmar que a dependência química é um fenômeno inversamente
proporcional à capacidade de dar e receber ternura, de viver na intimidade e de
construir laços amorosos e afetivos com os outros. Agora vem a pergunta: que
vínculos afetivos e amorosos não se fortaleceram, ou se romperam, na infância,
na adolescência e mesmo na idade adulta dessas pessoas para que elas viessem a
usar drogas como uma espécie de busca compensatória? Nesta linha de raciocínio,
o uso de drogas está associado à experiência do desamor, do amor não recebido,
do amor negado, da autoimolação.
Texto extraído do
Jornal O SOLIDÁRIO
Ano XIX, edição nº
660, junho de 2014
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