sexta-feira, 7 de novembro de 2014

DISCIPLINA E ORGANIZAÇÃO COMO ESTRUTURAS PARA O PROGRESSO PESSOAL, FAMILIAR E SOCIAL. Selvino Antonio Malfatti.




Estamos num contexto histórico em que se privilegiam o imediatismo, o momentâneo, o dado imediato. Incentiva-se, em nome da espontaneidade, aquilo que você pensa no momento, o querer agora, o pensar livre. Com isto se insere uma cultura do fácil, do “por si”, do grátis. Inclusive surge uma expressão difundida como se fosse uma verdade: “aprender brincando”. Por outro lado, consta-se que os que realmente conseguem algo de valioso são os que se dedicam com afinco, que queimam horas, dias e anos de energias. Os melhores nos vestibulares são os que se propõem e cumprem uma disciplina nos estudos, intercalados com descanso e lazer. Nas pesquisas científicas são aqueles que se dedicam anos e anos na observação rigorosa e nos estudos acadêmicos. Nos concurso os selecionados são aqueles que sacrificaram muitos momentos que outros aproveitaram para se divertirem. Temos, então, um confronto entre os que deixam a vida rolar e os que dão duro para encará-la. Em outras palavras, entre os que se impõem uma disciplina, e como conseqüência uma organização, e os que respondem às demandas que surgem ao acaso e como resultado não têm nada previsto ou organizado.
O resultado destas duas maneiras de pensar, agir e sentir todos a conhecem: a disciplina conduz, num primeiro momento, a dificuldades e, em longo prazo, ao sucesso, enquanto que o imediatismo, ao contrário, momentaneamente proporciona bem estar, mas em longo prazo, insatisfação e frustração. Quantas pessoas nós conhecemos que dizem: por que não estudei? Por que não me esforcei? Por que preferi um emprego em vez da sala de aula? Ao contrário, não se ouve arrependimentos de quem preferiu o esforço e tenacidade, à vida fácil e ao lazer. Sei que Bill Gates abandonou a faculdade, mas não foi para o lazer e sim para a pesquisa. Neste caso preferiu a uma vida de maior disciplina do que a vida acadêmica oferecia.
Mas como chegar à disciplina e organização? Existem medidas externas e internas. As primeiras dizem respeito ao nosso corpo. Significa ter horas certas para as refeições, asseio, trabalho, lazer e descanso. O corpo precisa criar hábitos que pouco a pouco facilitará a própria vida e automaticamente cumprirá sem necessidade de esforço.
Do externo, corpo, parte-se para o interior, a mente. Há necessidade de se aprender a concentrar-se, inclusive fixar-se. A dispersão dissipa as energias. É preciso policiar a mente para que ela não divague fora do foco, o objeto.
O segundo quesito da interioridade é o ritmo e a ordem. Afastar a idéia de querer tudo de uma vez, É preciso seguir o fluxo natural. Há o tempo de plantação, de crescimento e só depois a maturação e colheita. Querer saltar ciclos, queimar etapas significa necessariamente fracasso.
O seguinte passo é ter a coragem para transpor o ciclo posterior, isto é, não querer acomodar- se naquilo que alcançou. Assim como não se pode saltar etapas, também não se pode estacionar numa delas. Ser aluno até pode ser prazeroso, mas é preciso passar para o patamar do profissional.
A etapa adiante é congregar em torno de si outras pessoas. É ser um polo que imanta outras pessoas. Se até então foi um discípulo agora é a vez de ser mestre. Ter a coragem de assumir a liderança.
Na sequência, é não permanecer naquilo que aprendeu, mas criar algo novo, avançar, progredir. E nisso vai risco, mas é preciso assumi-lo se quisermos melhorar. A mesmice enfastia e embrutece. Nós não somos movidos pelo instinto e sim pela razão. As casas do João-de-Barro são sempre iguais em todos os tempos e lugares. As dos homens todas diferentes.

Criado este ambiente o ser humano está apto a comprazer-se na liberdade. Este é o estágio supremo: ser livre na disciplina e ordem.

3 comentários:

  1. Um artigo que contribui para reflexão e crescimento.
    Ótimo.
    João Pedro.

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  2. Beleza de artigo. Bom demais, uma leitura agradável para refletir e aplicar em nossas vidas.
    Gilso Pereira.

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  3. Também gostei demais.
    Uma beleza de artigo.
    Lucia Neves

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