quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

NOSSAS RAÍZES E NÓS
SelvinoAntonio Malfatti

Existem solos bons, os menos bons e ruins. Se for o primeiro é só plantar,nos segundos fazer pequenas correções e no caso dos terceiros corrigir totalmente. O mesmo acontece conosco. Primeiramente o Eu.

Pode ser entendido como um foco interno e externo. Interno são as captações que operacionalizou durante toda sua vida daquilo que ocorreu ao seu redor e da herança biológica. Neste último aspecto entram as heranças genéticas e o genoma, cada vez considerados importantes na constituição do eu. A partir deste dado fisiológico começam a se construir a personalidade com os dados que se acumulam no eu. Então, o eu é um complexo sintético da herança fisiológica e social que cada um experimentou. Dessa síntese nasce uma personalidade que será dotada de inteligência e vontade. Não há um determinismo de signos, mas um desafio a enfrentar.  Não é fácil para ninguém. Embora se tenha nascido num berço esplêndido é preciso criar o próprio eu, quer na necessidade, quer na abundância.  Os das necessidades terão uns desafios e os da abundância terão outros.

O segundo pilar é a família.  Esta é um dos componentes formadores da personalidade. Na infância e juventude não escolhemos a família. Por isso nós que a formaremos devemos procurar formá-la da melhor forma possível para os que habitem nela sintam o melhor dos ambientes para crescerem física, psicológica e espiritualmente. Os filhos querem um ambiente de paz, de compreensão e de ajuda. Vamos proporcionar-lhes. Se não tivermos tido, vamos proporcionar aos nossos filhos este ambiente que tanto desejamos termos tido.

A sociedade menos ainda a escolhemos. Mas se tivermos uma ótima personalidade podemos ser pessoas autônomas dentro delas. Sem nos deixar levar pelos falsos apelos. Antes de querermos mudar a sociedade devemos nós mesmos termos mudado, sermos firmes em nossas convicções. A sociedade é a arena de nossos desafios, pois ela é constituída de nossos complexos culturais. Temos grupos diversos, religiões, partidos, diversões, culturas. É dentro deles que vamos exercitar nossa liberdade. Não adianta ficarmos sonhando: que bom seria se todos fossem assim. Infelizmente não é e por isso vamos impondo nossa própria personalidade.


A ética é um assunto mais complexo, pois envolve o modo de agir correto dentro da sociedade, de conformidade com a personalidade de cada um. A norma ética possui um ponto de apoio no próprio homem. Quem a desvelou com maior clareza foi o filósofo alemão Kant. Diz ele: age de tal forma que tua conduta possa se tornar lei universal. Isto significa que se tiver dúvida em relação a alguma ação, se devo ou não devo praticá-la, basta consultar a mim mesmo e me perguntar se todos poderiam agir assim. Caso a resposta seja positiva, então a ação é eticamente correta. Em caso negativo devo abster-me de praticar tal ato. A hierarquia que se pode estabelecer entre as normas é a seguinte: costumes tradicionais não obrigatórios, como lavar as mãos antes das refeições. Costumes morais, obrigatórios para uma determinada sociedade, como dizer a verdade. Normas legais, que constituem a maioria das normas da sociedade. Normas éticas, condutas universais, estabelecidas por consenso na sociedade, como não enganar o próprio semelhante. A maioria das vezes estas normas se interpenetram e se entrecruzam, complementando-se mutuamente.Por isso, a melhor eunomia adviria do consenso da sociedade sobre princípios ético-racionais com validez universal.

6 comentários:

  1. Muito bom. Legal,nos ajuda sempre.
    Boa tarde.
    José Luís.

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  2. São os três níveis do eu na comunidade.

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  3. Muito legal este principio das raízes culturais.

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  4. Sacudida no marasmo da vida. Raízes culturais.

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  5. Tempos difíceis para educar nossas crianças.

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