sexta-feira, 24 de abril de 2015

VIVAM AS DIFERENÇAS. Renete Maria de Almeida Maciel



Entrevista:

Revista Amor-Exigente - Qual é a essência do 4º Princípio Básico?
Renete Maciel - A essência está na diferença de responsabilidades de papéis entre pais e filhos. Autoridade é fundamental. Os pais devem nortear a conduta dos filhos até a idade adulta, de acordo com seus valores, mostrando que se importam, que participam da vida deles.
RAE - Como ele funciona na sua vida?

RM - Eu, como mãe de três filhos adultos e avó de dois netos, abracei a proposta do Amor-Exigente há 16 anos. Na verdade o Programa do AE proporcionou que eu passasse o filme da minha vida. Quem sou eu? Como está o meu relacionamento familiar? Qual é meu papel de esposa, mãe? O que é importante para minha qualidade de vida neste momento? Ou seja, pude reconstruir o meu modo de pensar, sentir e viver com base na minha essência, nos meus valores, nas minhas raízes culturais. Neste contexto, consegui resgatar a minha autoridade de mãe, que até então estava esvaziada. Hoje, imbuída de muita espiritualidade, num aprendizado contínuo das responsabilidades de ser mãe, e com o apoio do meu esposo, mantenho-me convicta de que a aplicação do Programa de AE foi um marco na melhoria da qualidade da minha vida como de toda a família. Só por Deus, só por hoje e graças ao AE, meu ente querido mantém-se na sobriedade há 13 anos, concluiu o curso superior, prestou concurso e tem um trabalho digno. Casou-se e me deu dois netos lindos e saudáveis.
RAE - Qual é o papel deste Princípio na recuperação?
RM - Os pais não têm culpa, mas responsabilidades. Desempenhar este papel na recuperação vai exigir um esforço maior, pois vai depender muito da mudança do padrão de comportamento. Os pais devem retomar sua autoridade, sem autoritarismo. Deixar a insegurança de lado, sem medo de errar, sem medo de dizer "não".
RAE - E na Prevenção?
RM - Focar coisas positivas feitas pelos filhos. Adotar o hábito de elogiar. É importante o fortalecimento da autoestima. Os filhos têm de saber que podem contar com o amor dos pais, com limites, estabelecendo normas e regras. Proporcionar, desde cedo, o conhecimento de Deus. Dar uma estrutura que permita aos filhos serem capazes de assumir a própria vida depois de alguns anos.
RAE - Quais os questionamentos que devem fazer parte das reflexões sobre o 4º Princípio?
RM -  Os pais não devem canalizar sua energia com preocupações menores. É preciso indagar sempre, questionar-se: "Isso é realmente crucial?"  "Que lição meu filho vai levar disso?". "Como administrar a liberdade dos filhos?" É necessário que eles saibam que há causas e consequências. Chamar o "adulto" neles.  Estes são os desafios de hoje.
RAE - No que pais e filhos não são iguais?
RM - Primeiro, os pais que acreditam serem amigos dos filhos, tratando-os como iguais, provavelmente terão dificuldades. Segundo, os pais precisam ser pais, para que os filhos possam ser filhos. Com isso, não devemos exercitar o autoritarismo, mas a autoridade com coerência e competência. Terceiro, somos provedores e responsáveis por nossos filhos. Dessa forma, é preciso tratá-los com amor, surpreendê-los sempre, buscando orientá-los com base nos valores morais e éticos.
RAE - O que precisa ser valorizado em cada uma das partes (pais e filhos)?
RM - A autoridade, a hierarquia, o respeito mútuo, a autoestima, a honra, a coerência, a competência, o companheirismo, a dignidade humana e a cooperação.
RAE - Por que o princípio é valorizador?
RM - É um novo paradigma. "Ajudar nosso filho a ser a pessoa certa para ele próprio e para o mundo em que vive", é reconhecer nosso valor, nossa autoridade.

(Renete Maria de Almeida Maciel é Coordenadora da Regional Cuiabá Leste, região em que o Amor-Exigente ganha cada vez mais espaço. Nesta edição, a voluntária que está em AE há 16 anos, mostra sua vivência sobre o 4º Princípio Básico de AE, que, valorizador, diz:
"Pais e filhos não são iguais.")

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