A concepção sistêmica compreende o mundo organizado na forma
de sistemas, que se relacionam entre si, influenciando-se mutuamente. Este
olhar possibilita que enxergamos o ser humano em seu contexto social e que o
estudamos de acordo com as relações que ele estabelece em sua vida (Capra,
1999). Muitos estudos abordam a maternidade e a influência da mãe no
desenvolvimento psicossocial da criança, poucos relatam a importância do pai. A
partir desse questionamento buscaram-se através de revisão bibliográfica
estudos sobre paternidade e sua influência no desenvolvimento psicossocial da
criança embasados na Teoria Sistêmica. Utilizaram-se as bases de dados MEDLINE
e SCIELO com os seguintes descritores: fatherhood and family therapy.
Empregaram-se ainda outras fontes de pesquisa como bibliotecas e livros
especializados. Para Mahler et al (1982; 2002) a formação da identidade do
indivíduo é um processo que ocorre na infância sendo denominado individuação. A
primeira individuação é a separação e a individuação do bebê em relação à mãe,
seria o primeiro e decisivo pré-requisito para o desenvolvimento e a manutenção
de um senso de identidade. Separação e individuação são considerados dois
processos estruturais diferentes e complementares. O primeiro significa a saída
da criança da fusão simbiótica com a mãe, o segundo indica a evolução da
autonomia psíquica, com a criança assumindo suas características individuais.
Para Aberastury (1991) ao se afastar da mãe o menino deverá se aproximar do
pai, que, muitas vezes, é ausente ou que não apresenta vínculos com a criança,
o que o torna vulnerável, sem um modelo de masculinidade. Tornando-o homem com
experiências de rejeição, incompetência e ausência, a partir de então podem
surgir problemas de conflitos de vínculos que podem se perpetuar por toda a sua
vida. O pai representa a possibilidade do equilíbrio pensado como regulador da
capacidade da criança investir no mundo real. A necessidade da figura paterna
ganha contornos no processo de desenvolvimento, de acordo com a etapa da
infância. Sua atuação na fase inicial da vida é decisiva na resolução de
conflitos em dois momentos, entre seis e doze meses quando a criança se vê
inserida no triângulo edípico, denominado organização genital precoce e na
entrada da adolescência quando a maturação genital obriga a criança a definir
seu papel na procriação. Tiba (1996) constatou que o maior risco para os filhos
sem o pai é a excessiva fusão com a mãe. O que impera nesta relação é a
convicção de que filhos e mães bastam-se um para o outro. Conforme Nick (2005)
os homens tem que rebuscarem seus espaços como pais, construindo novos vínculos
com seus filhos, pois quando a mãe acha que poderá suprir todas as necessidades
do filho e dela mesma, geram-se distúrbios emocionais na criança. Portanto há
necessidade do homem recriar seu espaço na família, não apenas como provedor,
mas com participação ativa no cuidado e educação dos filhos a fim de que estes
se desenvolvam plenamente.
Gostei, alguém consegue entender a importância do pai, muitas vezes ausentes.
ResponderExcluirNara
Tristeza alguns pais se divorciam das mães, mas esquecem os filhos.
ResponderExcluirJanete Melo.
Grupo A.E.