sexta-feira, 10 de junho de 2016

Paternidade: Aspectos E Desafios Sob O Olhar Da Visão Sistêmica. (enviado por). Ione Rossi






A concepção sistêmica compreende o mundo organizado na forma de sistemas, que se relacionam entre si, influenciando-se mutuamente. Este olhar possibilita que enxergamos o ser humano em seu contexto social e que o estudamos de acordo com as relações que ele estabelece em sua vida (Capra, 1999). Muitos estudos abordam a maternidade e a influência da mãe no desenvolvimento psicossocial da criança, poucos relatam a importância do pai. A partir desse questionamento buscaram-se através de revisão bibliográfica estudos sobre paternidade e sua influência no desenvolvimento psicossocial da criança embasados na Teoria Sistêmica. Utilizaram-se as bases de dados MEDLINE e SCIELO com os seguintes descritores: fatherhood and family therapy. Empregaram-se ainda outras fontes de pesquisa como bibliotecas e livros especializados. Para Mahler et al (1982; 2002) a formação da identidade do indivíduo é um processo que ocorre na infância sendo denominado individuação. A primeira individuação é a separação e a individuação do bebê em relação à mãe, seria o primeiro e decisivo pré-requisito para o desenvolvimento e a manutenção de um senso de identidade. Separação e individuação são considerados dois processos estruturais diferentes e complementares. O primeiro significa a saída da criança da fusão simbiótica com a mãe, o segundo indica a evolução da autonomia psíquica, com a criança assumindo suas características individuais. Para Aberastury (1991) ao se afastar da mãe o menino deverá se aproximar do pai, que, muitas vezes, é ausente ou que não apresenta vínculos com a criança, o que o torna vulnerável, sem um modelo de masculinidade. Tornando-o homem com experiências de rejeição, incompetência e ausência, a partir de então podem surgir problemas de conflitos de vínculos que podem se perpetuar por toda a sua vida. O pai representa a possibilidade do equilíbrio pensado como regulador da capacidade da criança investir no mundo real. A necessidade da figura paterna ganha contornos no processo de desenvolvimento, de acordo com a etapa da infância. Sua atuação na fase inicial da vida é decisiva na resolução de conflitos em dois momentos, entre seis e doze meses quando a criança se vê inserida no triângulo edípico, denominado organização genital precoce e na entrada da adolescência quando a maturação genital obriga a criança a definir seu papel na procriação. Tiba (1996) constatou que o maior risco para os filhos sem o pai é a excessiva fusão com a mãe. O que impera nesta relação é a convicção de que filhos e mães bastam-se um para o outro. Conforme Nick (2005) os homens tem que rebuscarem seus espaços como pais, construindo novos vínculos com seus filhos, pois quando a mãe acha que poderá suprir todas as necessidades do filho e dela mesma, geram-se distúrbios emocionais na criança. Portanto há necessidade do homem recriar seu espaço na família, não apenas como provedor, mas com participação ativa no cuidado e educação dos filhos a fim de que estes se desenvolvam plenamente.

2 comentários:

  1. Gostei, alguém consegue entender a importância do pai, muitas vezes ausentes.
    Nara

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  2. Tristeza alguns pais se divorciam das mães, mas esquecem os filhos.
    Janete Melo.
    Grupo A.E.

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