sábado, 8 de abril de 2017

         
          Júnior acabou de fazer cinco anos e, apesar da pouca idade, é ele quem manda na casa. A tevê só fica ligada no canal que ele deseja assistir, é ele que determina o horário que os pais devem dormir e também é ele que escolhe o que comer. Quando não atendido prontamente em seus desejos, um choro, uma birra e os pais cedem e assim, a família passa a ser controlada pelo poder infantil.

Todo esse poder transferido aos pequenos caminha na contramão de uma educação assertiva. São os pais aqueles que possuem as atribuições de educadores, de orientadores dos filhos e devem exercer o seu papel ativamente, preparando-os para os desafios que enfrentarão no decorrer de sua existência.

É bem verdade que no decorrer do tempo, o mundo se transforma, as pessoas mudam, as famílias se modificam, as relações entre os seus membros também mudam. Uma educação assertiva exige adequações aos novos tempos, às novas realidades sem, no entanto, nos prendermos a métodos antigos e ultrapassados de educação, que não se encaixam mais na educação moderna e o nosso grande desafio são acompanharmos a mudança de mundo, sem perdermos a essência de nossas responsabilidades enquanto pais.

Em um passado recente, as crianças não tinham vez, nem voz. Na casa eram como pessoas invisíveis. Sem direito a opinar, não eram vistas, nem ouvidas. Nas novas realidades de hoje, os pequenos têm participação ativa na família e precisam ser ouvidos, precisam ser respeitados e suas opiniões, levadas em consideração.

Mas, somos nós pais, aqueles que devem estar no comando. Toda instituição, para um bom funcionamento, precisa de uma hierarquia estabelecida, com definições claras de papeis. A família também é uma instituição que precisa de um comando. Como nossos filhos são nossa responsabilidade, devemos exercer nosso papel ativamente, pois sem uma referência, as crianças tendem a dominar, de acordo com os seus próprios interesses.

Na nova realidade haverá momentos de atendermos aos pedidos dos filhos, assim como haverá momentos de sermos firmes, não cedendo às pressões e escândalos provocados por eles. Haverá momentos de negociações, mas haverá momentos que não tem conversa. Toda casa precisa de regras claras e como pais, devemos estabelecer os limites do aceitável.

As crianças são sujeitos em formação, que precisam de um guia, precisam de referências, precisam de alguém que norteiem suas condutas. Elas precisam saber que são pessoas queridas, respeitadas e amadas, mas precisam entender que elas não são os danos da casa, elas não são os reizinhos, cujos desejos são todos atendidos imediatamente, conquistados através de manhas, birras e escândalos. Precisam saber que a casa é de todos, mas existe um comando e não são elas que possuem este poder.


Texto de Celso Garrefa

Programa AE de Sertãozinho SP

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