sábado, 8 de abril de 2017

OS PAIS TAMBÉM SÃO GENTE

O 2º Princípio Básico do Amor- Exigente é: Humanizador. Professores também são gente. Você também é gente. Quer dizer que não somos super heróis e nem somos perfeitos, ao contrário, devemos aceitar nossas limitações e nos perdoar sem perder a autoridade, o amor pela vida e nem desanimar por causa dos problemas.
Fomos estimulados a disfarçar nossas fraquezas e a assumir o papel de pais infalíveis, superpais, capazes de tudo.
Entretanto, essa postura é falsa, não leva a coisa alguma. Não se pode permitir que estruturas sociais ou econômicas explorem a família. Os pais são humanos, são apenas pais. Não são super-heróis nem se tornam perfeitos ao se tornarem pais... Continuam a ser filhos, errando e aprendendo pela vida afora. Devem assumir tranqüilamente suas limitações, suas fraquezas, conscientes da experiência, da vivência, do amor por seus filhos, o que os torna insubstituíveis na vida deles e da comunidade a que pertencem.
Apesar de ser uma afirmação que, à primeira vista, parece tola (afinal é bem claro que não somos animais e nem vegetais), parece que vale à pena que entendamos a que se refere este princípio - e ao final deste artigo, se pararmos para raciocinar, teremos uma nova visão de nossa funções e um posicionamento frente ao dia a dia.
Com este postulado, o Amor-Exigente quer que os Pais e Mães bem como educadores entendam que suas funções não os coloquem na posição de super-heróis, não os outorga poderes especiais e nem infalibilidade. Seguem sendo essas pessoas de carne e osso, limitadas em conhecimentos, com diversas imperfeições. A existência destas imperfeições e limitações não devem ser motivo de angústia, pois elas não os tornam incapazes nem diminuem suas capacidades de amar e de educar seus filhos. Muitas vezes, a vontade de acertar, acertar sempre, é um fardo carregado indevidamente, pois, como humanos, haverá uma razoável gama de situações onde errarão por não saber ou por estarem com seus nervos esgotados ou ainda por falta de recursos (materiais ou emocionais).
Mas há um outro lado que deve ser também pensado com base no princípio de que "Pais Também São Gente". É que em muitas famílias, os pais perdem a "função humana" aos olhos dos seus filhos. Deixam de ser gente! Passam a ser apenas "o dono do caixa", aquele que assina os cheques, outorga o cartão de crédito e paga as mais diversas contas. Seus sentimentos, prazeres, alegrias e tensões são ignorados pelos nossos filhos que os vêem como Pais (que para eles significam apenas provedores), mas não como seres humanos. E o que choca é que muitos pais aceitam essa condição. Deixam que a exigência absurda dos seus filhos lhes tire a qualificação de gente! Porém ser pai e ser mãe não vos tira direitos.
Sim, Pais também são gente ! Gente como qualquer outra pessoa no mundo, nascida de outros pais e por eles educada. Vocês têm seus valores, vossa moral e vossas crenças, que às vezes não são compartilhadas pelos filhos. Mas, por outro lado, eles não têm o direito de anular estes valores, crenças e preceitos de moral.
Pais são gente que não receberam instrução específica para serem educadores. O processo com os filhos é um aprendizado constante, com falhas humanas, afinal, são Gente ! Têm vossas inseguranças e vossos medos, e não é pecado nem vergonha reconhecer que os têm.
São Gente! Gente que tem muitos pontos fortes e alguns pontos fracos, gente que comete erros, e que tem capacidade de consertar muitos deles. O nascimento dos filhos vos torna pais, não vos torna super-homens nem criaturas infalíveis. Vos dá novas atribuições educacionais, novos objetivos financeiros, novas responsabilidades mas não vos dá mais saber !

Ainda assim, muitos de vós passam a exigir de vós mesmos o que não ousam sequer pensar de exigir dos outros: maturidade, perfeição, capacidade ilimitada, recursos financeiros e emocionais infindáveis, etc. Enquanto tiverem estas exigências, estarão buscando uma perfeição inatingível, afinal, não são Deus. E se vos julgarem com estas demandas, sempre estarão fadados à auto-repreensão, ao martírio, à angústia e à tristeza.

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