quarta-feira, 3 de maio de 2017

A cadeira no caminho reflexão 10 de maio de 2017 Depois de um dia inteiro passado longe da família, entra em casa o pai, à noite. Sua chegada alvoroça o filho que, esperando algum presente para ele, se precipita de braços abertos. Por descuido, o pequeno estabanado vai de encontro a uma cadeira no caminho, e cai no chão, violentamente. Mão se machucou, mas, assustado pela surpresa da queda, põe-se a chorar em altos gritos. Então, o pai só pensa em duas coisas: fazer calar o menino e acalmá-lo. Como conseguirá? Facilmente, associando-se simplesmente aos sentimentos da criança, ajudando-a a soltar a rédea aos maus instintos. Como assim? Liberando maus instintos? Não seria justamente o oposto que deveríamos fazer? Pois bem, vejamos como a reação desse pai mostra que tomamos muitos caminhos absolutamente equivocados na educação de nossos filhos. Reforçamos os maus instintos sem perceber, mais vezes do que imaginamos. O pai precipita-se, levanta a criança, e começa a bater na cadeira ruim, cadeira feia, que fez cair o Carlinhos ou o Joãozinho. Desse modo consegue rapidamente o que se propusera, pois Carlinhos ou Joãozinho, feliz por ver a cadeira castigada, cala-se, bate-lhe também, e fica satisfeitíssimo. Não é verdade que assistimos cenas como essa diversas vezes? Vamos analisar então o alcance real desse ato que tão inocente se supõe. Quem tem culpa da queda da criança? Ela mesma, evidentemente. E quem foi castigada? A cadeira. Lançando a culpa à cadeira, perde-se uma oportunidade de demonstrar praticamente à criança as conseqüências de sua imprudência e da sua atrapalhação. Assim se deforma o seu critério de julgar, apresentando-lhe uma falsa relação entre a causa e o efeito. Toda oportunidade de trabalhar esta temática, a da causa e do efeito, com as crianças, deve ser abraçada com vigor, pois nas pequenas aplicações do dia-a-dia está o desvendar de uma Lei Divina fundamental. Mas, poderíamos ainda ir além e perguntar: por que sempre precisa haver um culpado? Por que não ensinamos as crianças a entenderem que existem muitas coisas que fazem parte da vida, e que sempre nos ensinam alguma coisa? A cadeira no caminho poderia estar ensinando o cuidado, a atenção, ou ainda, poderia ser apenas uma cadeira no caminho. Se fôssemos, na vida, abrir um berreiro, ou buscar culpados, para cada cadeira no caminho, esqueceríamos de viver, certamente, e seríamos só lamentos ambulantes. Não deixemos que nossos filhos cultivem visões distorcidas da realidade desde cedo. Não permitamos que a superproteção, ou nossos próprios medos atrapalhem o bom desenvolvimento de um ser, que precisa aprender a enfrentar os desafios da vida. Punir a cadeira feia nunca será a solução. Nem deixaremos de sentir a dor da queda, nem resolveremos o problema da cadeira no caminho. Entender que a lei de causa e efeito nos rege em todos os campos, inclusive no moral, faz-se importantíssimo, se desejamos ser bons pais e educadores. A Culpa é... reflexão 17 de maio de 2017 Vendo o Jogo do Internacional e do Corinthians, especialmente no final, resolvi prestar atenção além do jogo, ou seja das onze pessoas de cada lado correndo atrás de uma “bola”. As cenas eram narradas com os seguintes comentários: “que azar do Corinthians”, “não era o ‘dia’ do Corinthians”, “o Corinthians não estava mesmo com sorte”, “a bola não queria entrar”, “o resultado foi culpa da bola”. Culpa da bola??? Nesse momento, cheguei até a me assustar: eu não entendo muito de futebol, não acompanho campeonatos, mas, Deus do céu, que parte foi essa que eu perdi em que as bolas passaram a ter vontade própria? Mudei de canal, tentando desconsiderar o que eu acabara de ver/ouvir. Tentei me consolar pensando que aquela deveria ser uma linguagem futebolística das mais comuns e um tanto quanto incompreensível para não adoradores. No dia seguinte pela manhã li o jornal; ali consegui entender tudo: na verdade a culpa não era apenas da bola, mas dos deuses que, nesse dia, resolveram conspirar contra o pobre e mal pago time do Corinthians. Parecia brincadeira, o jornal dedicou boa parte do seu caderno de esportes a narrar o azar do time e o complô que a bola, os deuses, o vento, a grama e o mundo armaram contra ele. A soma desses eventos me fez entrar numa profunda reflexão e comecei a fazer uma analogia entre “a culpa da bola” e o comportamento humano. “A culpa é do trânsito”, “a culpa é dos meus pais”, “a culpa é do meu chefe”, “a culpa é do carro”, “a culpa é do elevador”, “a culpa é de vênus em conjunção com netuno”, “a culpa é do destino”, “a culpa é do muuuuuundo!!!”. Enfim... Outro dia até me peguei pensando: “não conheço ninguém que foi demitido porque não fazia um bom trabalho”. Não conheço ninguém que tenha repetido de ano por estudar muito”.Coitadinhos... vítimas de chefes perseguidores, de colegas trapaceiros, de empresas com culturas inadequadas de professores incompetentes. Essas pessoas são quase sempre as mesmas que se atrasam por culpa do trânsito, que não conseguem se relacionar porque “os outros não prestam”, que não param de engordar por conta da “genética”. Pense nisso, de quem é a culpa? O GRAU DE DIFICULDADE NOS MOTIVA A ATINGIR O OBJETIVO reflexão 24 de maio de 2017 Conta a história que, certa vez, um sábio passeava pelo mercado quando um homem se aproximou e falou para o sábio: - Sei que és um grande mestre e queria teu conselho. Hoje de manhã, meu filho me pediu dinheiro para comprar uma vaca. Devo ajudá-lo? - Essa não é uma situação de emergência. Então, aguarde mais uma semana antes de atender seu filho. - Mas tenho condições de ajudá-lo agora, que diferença fará esperar uma semana? - Uma diferença muito grande – respondeu o mestre. – A minha experiência mostra que as pessoas só dão valor a algo quando têm a oportunidade de duvidar se irão ou não conseguir o que desejam. Quando estabelecemos objetivos para as pessoas, é importante que haja um certo grau de dificuldade para serem atingidos. Caso contrário, eles não darão tanto valor aos resultados alcançados. SÓ PEÇA DESCULPAS QUANDO ESTIVER SENDO SINCERO – 31/05/17 Um monge foi ofendido por um homem, que não acreditava em nada do que ele dizia. Entretanto, a mulher do agressor era seguidora do monge e exigiu que seu marido fosse pedir desculpas ao sábio. Contrariado, mas sem coragem de aborrecer a mulher, o homem foi até o templo e murmurou algumas palavras de arrependimento. - Eu não o perdoo – disse o monge. – Volte ao trabalho. A mulher ficou horrorizada: -Meu marido se humilhou e o senhor, que se diz sábio, não foi generoso! E o monge respondeu: - Dentro de minha alma não existe nenhum rancor. Mas, se ele não está arrependido, é melhor reconhecer que tem raiva de mim. Se eu tivesse aceitado seu perdão, íamos estar criando uma falsa situação de harmonia e isso aumentaria ainda mais a raiva de seu marido. É comum haver desentendimentos entre colegas de trabalho e, por vezes, devido ao estresse, os envolvidos usam de grosserias para com o outro. A partir de então, o relacionamento se transforma, o clima não é mais o mesmo. Porém, se desculpar sem sinceridade só causará mal-estar: quem sofreu a grosseria não se convencerá, e quem a cometeu se sentirá insatisfeito em ter se desculpado apenas por educação, e não por ter reconhecido o seu erro. Portanto, se não houver arrependimento de fato, não adianta se desculpar; é melhor ser honesto consigo mesmo e deixar para melhorar o relacionamento de outra forma.

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