A
AUTORIDADE
Autoridade é o direito de
dirigir e mandar. É o direito de alguém ter suas ordens cumpridas e ser
obedecido pelos demais. A autoridade é apoiada no poder. O poder é a força por
meio da qual se pode obrigar outros a obedecer.
Em dicionários
linguísticos, temos: Autoridade é o poder de exigir e receber submissão; o
direito de esperar obediência; o direito de mandar e dar decisões finais.
NECESSIDADE
DE AUTORIDADE
Temos necessidade de uma
autoridade, além da função primordial da liberdade.
Através da autoridade a
pessoa alcança a formação adequada da vontade e será ori-entada nos seus
julgamentos. Quando criança, a pessoa fica desde o início submetida a
constante bombardeio dos impulsos instintivos que criam e multiplicam desejos
em todas as direções e que chegam a desorientar a conduta infantil.
Apoiando-se na autoridade ela poderá se-lecionar suas vontades, coordenar seus
desejos ficando assim menos tumultuada.
OBEDIÊNCIA
Obediência é a
concordância com aquilo que é exigido pela autoridade; é a submissão a uma
restrição justa. A autoridade, com amor, visa respeitar a liberdade da pessoa,
desde criança. Respeitar os comportamentos e as experiências que ela realiza.
Há condições em que a obediência deve ser imediata, sem questionar. Quando ela
pretende, por exemplo, pre-prevenir os perigos com que a pessoa se defronta. É a
obediência operando como condição de preservação da vida do outro, adulto ou
criança.
Outra circunstância onde a
obediência se impõe sem questionar é na restrição de impulsos anti-sociais. Os
impulsos anti-sociais dependem das regras externas, dos poderes
governamentais, da cultura, da moral e da condição sócio-econômica do grupo
social.
QUALIDADES
DA AUTORIDADE
A autoridade deve ser
exercida por meio de diálogo e confiança. Com moderação e sem ambivalência nem
mensagens contraditórias. Por falta delas, os sentimentos de obediência se
abalam, surgindo conflitos com respostas de desobediência e agressividade.
1 - FIRMEZA – Mostra
decisão tomada, sem voltar atrás, sem desvios, manipulação, vacilação, medo ou
fraqueza.
2 - DELICADEZA –
Comunicação respeitosa, calma, sem berros ou ofensas.
3 - RAZOABILIDADE – Justa,
compreensível, proporcional, adequada e ponderada.
4 - CONSISTÊNCIA – Mesmos
fatos, mesmos critérios. Constância, estabilidade.
EQUÍVOCOS
NO USO DA AUTORIDADE
Valores, convenções ou
atitudes que não têm condição de autoridade, mas costumam ser confundidas com a
autoridade. São costumes que podem e devem ser aprendidos, mas a técnica de
aprender e ensinar não está ligada à autoridade, mas sim ao exemplo.
1 – POLIDEZ 2 – MANEIRAS 3
– CONVENÇÕES 4 - RESPEITO
5 – DEVER 6 - RESPONSABILIDADE
7 - DESONESTIDADE
ABUSOS DA
AUTORIDADE (Autoridade doente)
1 - SUPER-AUTORIDADE - É o
autoritarismo, o exagero da autoridade. Não aceitar o outro tal como ele é.
Exigir que ele seja de acordo com suas idéias.
2 - TIRANIA - Aplicação
rigorosa, cruel, severa e injusta da autoridade: Dominar, oprimir.
3 - PERMISSIVIDADE -
Submissão dos pais às vontades dos filhos, que desde crianças recebem tudo o
que desejam e até mais. Super-indulgentes, não limitam excessos.
4 - COMODIDADE - É a
negligência, é o não cuidar, não se importar, não querer ver nem sa-ber.
Afastar-se de dores, irritações, preocupações, dúvidas e críticas. Em vez de
liberdade geram libertinagem, licenciosidade e delinquência juvenil.
OS PAIS
COMO FONTE DE AUTORIDADE
Os pais têm função
diferente na autoridade em relação aos filhos; essa função deve se completar.
Se um dos pais tenta suprir o que acha que está errado nas atitudes do outro,
criam-se conflitos de autoridade para os filhos - razão de sofrimento.
A mãe é para o filho o
guia, o modelo de amor, de confiança, de segurança, da satis-fação de
necessidades e de experiências prazerosas. É através dela que ele recebe o
mundo e as normas de comportamento. Assim criança aprende que a autoridade é
ministrada com amor. A importância direta do pai começaria na fase de
individualização do filho. Deveria a-presentá-Io ao mundo exterior à casa, à
responsabilidade, às experiências da realidade exteri-or, ajudando a criança a
ser livre diante das diversas autoridades da vida real.
As identificações com a
feminilidade da mãe e com a masculinidade do pai são os componentes do
desenvolvimento da personalidade, importantes para a educação da liberdade, da
moralidade, da aceitação da autoridade, dos diferentes, do orgulho pessoal, da
admiração, da gratidão, do respeito, da integridade e do seu ajustamento à
sociedade. A falta de algumas destas condições reverterá em prejuízo aos
filhos no desenvolvimento da personalidade.
A D I S C I P L I N A
A Disciplina é a técnica
através da qual atingimos a autoridade e a liberdade. É a téc-nica da
obediência. A disciplina prepara a pessoa para se conduzir com obediência
voluntária às normas do grupo social. Toda sociedade livre é construída sobre
regras. Nem sempre estão inscritas em documentos legais. São os costumes
auto-impostos, os princípios morais desenvolvidos num período de séculos, que
permitem a vida social numa sociedade livre e agradável. O treino para
absorção destas qualidades se dá através de exemplo e orientação; a principal
função da disciplina é o ensino para aceitar facilmente restrições necessárias
ao desenvolvimento da autoridade e liberdade sadias.
PROBLEMAS
NA APLICAÇÃO DA DISCIPLINA
1 - ESPERAR OBEDIÊNCIA
IMPLÍCITA - Esperar que uma ordem dada seja entendida em todos seus
significados implícitos, que seja percebida toda uma série de outras
obediências que dela decorrem por lógica. É erro de técnica. Deve-se ser
explícito no uso da disciplina, especialmente com crianças, adolescentes e
pessoas ainda incapazes de generalizar. Não deixar o adolescente dirigir seu
carro não é o mesmo que “proibir que ele dirija” qualquer carro.
2 - RESTRIÇÕES EM DEMASIA
– Informar um limite por vez, de forma simples e clara. Confirmar que foi bem
entendido. Quando estiver sendo praticado, daí informar outro limite. Planejar.
Não utilizar excesso de argumentos e explicações, pois confundem o
entendi-mento do que se quer transmitir. Só argumentar em resposta a
questionamentos.
3 - EXIGÊNCIAS
DESMESURADAS E ACIMA DA COMPREENSAO - A técnica de disciplina deve estar de
acordo com o pensamento lógico e capacidade de julgamento da pessoa: deve estar
coerente com a compreensão, não deve ser absurda e nem ridícula. Obrigar uma
criança pequena a “manter promessas” ou fazer um púbere, cheio de energia,
“compreender” que deve deitar cedo porque faz bem à saúde são situações
impossíveis de serem mantidas ou compreendidas.
4 - DEMANDAS IMPREVISÍVEIS
- Aplicar a técnica de disciplina uma hora com os dedos e em outra hora com
alicates. Hoje, com pinças de precisão, amanhã com ponta-pés. Não deixar que
problemas do dia-a-dia influenciem o humor, a paciência e a delicadeza no trato
da disciplina. Os outros não vão entender a autoridade e sentirão isso como
agressões e tratamento injusto. Gera rebeldia.
5 - PERMISSIBILIDADE
EXAGERADA – Autoridades tolerantes demais chegam a autorizar muitas coisas, de
forma exagerada, e depois não podem retirar as permissões dadas.
A coerência
das permissões deve ser planejada e equacionada levando em conta as capacidades
e percepções individuais sobre riscos e responsabilidades, os ciclos (fases) de
a-madurecimento de cada um, concedendo as permissões conforme o merecimento e
habilitação.
6 - FALTA DE SENSO DE
AUTORIDADE – Pessoas desprovidas deste senso não apreciam a autoridade, brincam
com ela. São os imaturos, desacostumados ainda a se submeter às leis e às
autoridades, até mesmo de seus pais. Sentem que algo de errado acontece com sua
autoridade, não são levados a sério, nem são sérios para consigo. Falta-lhes o
bom senso. Aceitam opiniões até mesmo opostas.Tem dúvidas se devem usar de
autoridade com seus filhos.
7 - PADRÕES FAMILIARES
DIFERENTES DEMAIS – Pais oriundos de culturas ou de filoso-fias de vida
familiares ou de padrões econômicos muito diferentes, geram incompreensões
entre o casal quanto à disciplina. Exigências diferentes sobre o mesmo assunto
impedem os filhos de “acertar com os dois pais”, geram manipulação, sentimentos
de culpa e rebel-dia. Outro caso é o de autoridades perfeccionistas que impõe
modos de conduta originais, excêntricos, impedindo que seus comandados façam o
que é considerado normal para a época ou pela maioria do grupo familiar,
profissional ou social. Ou que exigem grau de perfeição inalcançável ou
qualidade onde não é possível.
QUALIDADES
DA DISCIPLINA
1 - NÃO VISAR OBEDIÊNCIA
CEGA - A obediência tem que ter limites estabelecidos pelas próprias fases de
desenvolvimento da pessoa. A autoridade tem que aceitar as falhas que os outros
possam apresentar sem, com isto, se sentir desafiada ou ofendida.
2 - NÃO SER VINGATIVA -
Ressentimentos podem levar a autoridade a procurar uma desforra. Deve-se
sentir, na disciplina, indenização e recompensa.
3 - SER EMOCIONALMENTE
ACEITÁVEL – Deve haver concordância emocional com a disciplina. Esta aceitação
depende da cultura e da época.
4 - EVITAR RIDÍCULOS E
SARCASMOS – Comparações e zombarias são humilhantes.
5 - FUGIR DO "CERTO E
ERRADO" – Avaliar objetivamente encima do “aqui” e do “agora” considerando
que possa ser adequado, saudável, lícito, justo, possível e ético.
6 - FUGIR DO "SEMPRE
E NUNCA" - A disciplina é a do momento, ela não tem passado nem futuro,
ela realiza a história em si mesma. “Tu sempre faz. . .” “Você nunca faz . . .”
7 - FACILIDADE EM
"DAR E TOMAR" – Disciplina exige clima de calma e serenidade. Dar com
facilidade privilégios, concessões, indenizações e recompensas, e, da mesma
maneira, tomar. Antes, porém, cuidar de ter dado; somente depois é que se pode
tirar.
TÉCNICAS
DA DISCIPLINA EFICAZ
1 - PRECISÃO - Ser
objetiva no que quer alcançar, exata e clara nos detalhes.
2 - CONSISTÊNCIA - Para situações
iguais a disciplina deve ser a mesma.
3 - EXEMPLO - A autoridade
deve ser modelo daquilo que quer que os outros façam.
4 - PRECEITOS - Normas e
regras devem ser conhecidos de todos antes da sua exigência.
5 - RECOMPENSA - É básica.
A aprovação traz retenção e repetição do aprendizado.
6 - CASTIGOS - Só utilizar
na falha total da disciplina. A regra é não ter que castigar.
7 - TÉCNICAS PARA
ADOLESCENTES
(Fonte: Cláudio N. Lugo e Arlete C.
Lugo baseado nos cursos, palestras e bibliografia oficiais da FEAE mais as
fontes citadas. A P A E X Ass.Portoalegrense de Amor-Exigente)
Bom dia. É tudo que precisamos aplicar na família e na escola.
ResponderExcluirJanice.
Uma boa instrução e orientação.
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