Para o Psicólogo e autor do livro Born to be Good, Dacher
Kelter, a bondade pode ser uma disposição genética – “uma evolução” de espécie
que foi desenvolvida pelo cérebro e pela prática social. Existem pessoas mais
inclinadas para este sentimento assim como para a generosidade, brincadeira e
reverência, por exemplo, que se manifestam por emoções como compaixão, gratidão
e felicidade.
Fortes laços afetivos com amigos e familiares: o amor que
damos e recebemos;
A sensação de significado na vida. Além de uma crença
superior a si mesmo, um propósito fora de nós mesmos – a sensação de estar
contribuindo para algo importante.
Como sabemos, estes sentimentos tão lindos não dependem
apenas da genética e podem ser desenvolvidos ao longo de nossas vidas. E o
início de tudo isso… é a felicidade! Susan Andrews em seu livro A ciência da
felicidade afirma que estudos realizados mundo afora tem repetidamente apontado
que os principais fatores para ter uma felicidade duradoura são:
Ela não foi a única em fazer esta afirmação. David G.
Myers, outro estudioso do assunto felicidade, diz que se preocupar com outros
cria um impulso psicológico e um senso de competência que nos deixa mais
felizes. Para o Dr. Stephen G. Post, viver uma vida com amor e significado traz
mais felicidade, saúde e tempo de existência. Uma pesquisa feita pela
organização Do Good Live Well apresentou diversos benefícios apontados pelas
pessoas que fizeram trabalho voluntário ou algum tipo de doação. Foi observado
que:
– aumentou o sentimento de propósito em suas vidas (92%);
– aumentou o senso de bem-estar (89%);
– diminuiu o stress (73%);
– ficaram mais felizes (96%);
– melhorou sua saúde mental (77%);
– ajudou na recuperação de uma perda ou frustração (78%)
– se sentiram mais saudáveis fisicamente (68%);
Outros relatos como menos problemas ao dormir, menos
ansiedade, mais qualidade em amizades e redes de relacionamentos também foram
feitos pelos voluntários/doadores. E os benefícios vão além disso. Allan Luks
em seu livro The Healing power of doing good afirma as pessoas que doam seu
serviço para o bem de outras são muito mais saudáveis do que aquelas que não o
fazem. Além de aumentar os hormônios químicos benéficos do seu corpo, o
comportamento generoso ajuda a diminuir os riscos de depressão e suicídio e
ainda há relatos de aliviar dores e tensões, trazer mais tranquilidade, maior
autoestima e energia.
Em geral, os benefícios de ajudar as pessoas são
apresentados quando há uma relação pessoal – “pegando a mão na massa”; no
entanto, Dr. Post fala que o ato de doar em si (com contato direto ou não) tem
uma mesma base neurológica. Portanto os benefícios que o ato de doar ocasiona
podem vir também pela filantropia, como contribuir financeiramente para uma
instituição de caridade de sua confiança. Ele relata que uma experiência feita
com um grupo de pessoas gravou as suas atividades neurais por ressonância
magnética (fMRI) enquanto decidiam como dividir 100 dólares entre eles mesmos e
um banco de alimentos. As doações feitas para o banco de alimentos ativaram uma
região no cérebro dos participantes associadas a sentimentos de satisfação e
recompensa, diferente de quando consumiram o dinheiro individualmente.
Em resumo, ser uma pessoa feliz, fazer o bem e ser
generoso fazem parte de um grande ciclo contagiante e reverbera mais fortemente
do que imaginamos. Como Andrews diz em seu livro, a sua felicidade não aumenta
apenas a chance de que alguém próximo a você fique mais feliz, mas também de
que o humor positivo chegue a pessoas que talvez você nem conheça – podendo
melhorar o humor do irmão, de amigos, de vizinhos, etc. Note: quando estamos
plenos, com astral positivo, sentimos vontade de compartilhar mais, de passar o
bem adiante, de ajudar outras pessoas; e estas que receberam nossa ajuda, por
sua vez, sentem-se mais felizes e dispostas a ajudar outras também, tornando
este movimento um grande “ciclo do bem”.
E você, o que acha de fazer parte disso?!
Texto de Aline Gallo, assessora de imprensa Cáritas RS
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